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Novas Trilhas para o futuro de jovens em busca de oportunidades

O adolescente Victor Cassiano junto a sua irmã e sua mãe, Gleisiane Costa Vasconcelos |  Foto: George Braga

Por dois anos, o projeto Novas Trilhas trabalhou com adolescentes e jovens que passaram por medidas socioeducativas, projetando visões de futuro, realizando uma série de ações para pensar individual e coletivamente nos seus projetos de vida e desenvolver todo o seu potencial. Desde acesso a estudos, lazer, cultura e trabalho até a reconstrução da autoestima de cada um, o projeto ofereceu alternativas que sempre foram negadas aos jovens participantes. 

Victor Cassiano é um desses jovens que foram impactados pelo projeto. Ele chegou ao Novas Trilhas em 2023 por intermédio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e hoje, com 15 anos, o adolescente viu a sua vida e a de sua família mudarem. Atualmente ele participa do programa Jovem Aprendiz, trabalhando no Banco do Nordeste (BNB) de Fortaleza. Mas a mudança não se deu apenas na vida financeira da família, mas principalmente no comportamento e autoestima de Victor.

“Meu comportamento mudou 100% por conta do Novas Trilhas. As pessoas sempre me ligavam para saber como eu estava e demonstravam que se importavam comigo, com meus colegas, com minha família, etc. E isso mexeu muito comigo porque eu estava numa fase que não ligava mais para nada. Mas eles sempre estiveram ali acreditando em mim, sabendo que eu era capaz”, lembrou Victor. Percebendo o potencial e o interesse do jovem, foi ofertada a ele uma bolsa em um curso de informática e a possibilidade de fazer muay thai e futebol no equipamento da rede Juv do Instituto Juventude Inovação da Secretaria de Juventude de Fortaleza, a Pracinha da Cultura do Vicente Pinzon, que fica próxima a sua casa e é parceira da Luta pela Paz. Participar dessas atividades sempre foi de seu interesse

Quando chegou ao Novas Trilhas, a sua família estava em situação de insegurança alimentar e seus pais estavam desempregados. O acompanhamento se deu, principalmente, no atendimento psicossocial, para entender e trabalhar as relações familiares. Além de apoio com cestas básicas, os pais de Victor tiveram acompanhamento da equipe do Novas Trilhas e ajudaram no processo de recolocação deles no mercado de trabalho. Hoje, ambos estão empregados e Victor ainda tem uma renda com a bolsa.

“O Novas Trilhas foi a oportunidade que ele nunca teve. Ele sempre quis fazer curso de informática e Muay Thai e eu não tinha condições de pagar, não tinha vaga ou ele estava abaixo da idade mínima. Entrando no projeto, ele fez o que sempre quis e conseguiu um trabalho, que o permite comprar as roupas dele e ainda ajudar nas despesas de casa”, contou Gleisiane Costa Vasconcelos, mãe do adolescente.

Com o passar do tempo, a mãe o matriculou em uma escola integral e ele era muito compromissado. Não apenas pelos estudos, mas também por ser bolsista e entender que estar naquele espaço era uma responsabilidade ainda maior. Ele está no segundo ano do ensino médio e no contraturno de seus estudos, ele trabalha no BNB. Embora esteja apenas há dois meses, Victor já se sente entrosado e acolhido com a equipe do banco.

“Eu pensei que ia chegar lá e ia me sentir fora do padrão por conta das minhas tatuagens, mas não. Eles me acolheram e em nenhum momento me trataram com falta de respeito ou me olharam com um olhar de julgamento”, contou o jovem.

Victor Cassiano e sua mãe enquanto se arruma para o banco / Victor exibindo o seu crachá do BNB | Fotos: George Braga

O projeto Novas Trilhas tem papel relevante nessas conquistas. Mesmo com o encerramento desse ciclo do projeto executado pela Luta pela Paz, o que fica para Victor e sua família é o sentimento de gratidão pelas mudanças que aconteceram e pelas pessoas do projeto terem abraçado a sua história de vida e a de outras pessoas. “Hoje eu só penso em progresso. Não quero mais saber de sair e das falsas amizades. O meu negócio agora é trabalhar e investir no meu futuro! Vou levar o projeto sempre na minha mente e no meu coração para o resto da vida”, destacou Victor.

“Eu queria que tivesse mais oportunidades como essa para outros jovens porque ajudou muito a mudar o comportamento e visão do meu filho. Sempre indico para os amigos do meu menino porque o trabalho é muito bom e as mudanças são visíveis e transformadoras”, finalizou Gleisiane.

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