Entre os dias 15 e 20 de agosto, a equipe da Luta pela Paz no Rio de Janeiro recebeu 8 integrantes de organizações da América Latina que fazem parte da Aliança Luta pela Paz para um intercâmbio de boas práticas no uso do esporte para o desenvolvimento social. Vindas da Colômbia, México e Guatemala, as organizações ADA, Utopia e Jóvenes por el Cambio, respectivamente, puderam participar de uma intensa agenda de imersão na realidade local da Maré, bem como conhecer de perto o trabalho que vem sendo realizado com crianças e jovens na região.
A troca de experiências entre os grupos começou com uma visita à Academia Luta pela Paz e à quadra da Rubens Vaz, na favela Nova Holanda, onde tiveram uma aula sobre a história da Maré. Em seguida, o grupo visitou o escritório da Luta pela Paz no centro do Rio, e puderam apresentar à equipe local suas histórias e o trabalho realizado por suas organizações. No dia seguinte, novamente na Maré, foi a vez de experimentar uma aula de boxe e de desenvolvimento pessoal. Os participantes também foram convidados a conhecer o Museu da Maré e a participar de rodas de conversa sobre o Programa de Treinamento 2021/2022 e com o Conselho Jovem da Luta pela Paz. Durante os cinco dias de imersão, os projetos Maré Unida, Destemidas, Sankofa e Projeto Especial foram apresentados, com destaque para como cada um atua de maneira interseccional, e as questões de raça, gênero e classe, sempre aliadas ao desenvolvimento infanto-juvenil através da prática esportiva.
“Foi uma semana cheia de aprendizagem, experiências, novos conhecimentos e noites de reflexão com a equipe da Utopia. Compreendemos que temos muito trabalho a fazer e voltaremos ao México com uma mala cheia de sonhos, compromissos e ideias de como contribuir para o mundo aquilo de que tanto precisa”, relata Jesus Villalobos, representante da organização Utopia, no México.
Nos últimos dias, o grupo foi convidado a conhecer uma parte da história da formação da cidade do Rio de Janeiro a partir de um roteiro na região conhecida como Pequena África. Os representantes das organizações convidadas puderam também compartilhar suas experiências sobre os trabalhos realizados durante a pandemia da COVID-19, bem como no acolhimento de pessoas com deficiência nas atividades esportivas.
“Na vida existem muitas formas de influenciar, uma delas é o esporte, pois não é preciso falar a mesma língua para entendê-la”, relata Nancy Perez, representante da organização Jóvenes Por El Cambio, na Guatemala.
“A troca de experiências deu ao grupo da Fundação Ada uma extensão do panorama em termos de aplicabilidade, implementação e âmbito dos diferentes projetos. O reconhecimento de outros agentes de impacto dentro do nosso grupo populacional, o empoderamento que podemos alcançar com nossos atendidos através do fornecimento de outras ferramentas e, acima de tudo, a capacidade de se alimentarem de formas de progresso dos nossos serviços a partir do reconhecimento do que podemos fazer bem”, diz Henry Aguirre, diretor do projeto ADA, na Colômbia.