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Educação antirracista: luta diária por reconhecimento

Por Julie Oliveira

Um dos processos essenciais na formação de um cidadão é o acesso à educação, mas sabemos que para muitas pessoas esse direito é dificultado e até negado de diversas maneiras. Para moradores de favela, violências como operações policiais, conflitos armados, falta de comprometimento com professores(as) e até problemas estruturais acabam impactando a experiência escolar, neste ambiente que deveria ser seguro e inclusivo para que crianças e jovens se desenvolvessem plenamente. 

Sabendo dessas questões, a Luta pela Paz trabalha a educação como um dos cinco pilares da organização, buscando oferecer assistência para estudantes e suas famílias e promovendo a educação  antirracista em todas suas atividades. Um dos projetos incluídos no pilar é o reforço escolar para crianças e adolescentes entre 10 e 15 anos, estudantes do ensino fundamental II (do 5º ao 9º ano). São oferecidas aulas de língua portuguesa, matemática e ciências da natureza/humanas, além do apoio de uma equipe multidisciplinar formada por educadores(as), assistentes sociais e psicólogos(as). As aulas são pensadas, ainda, para incluir alunos e alunas com deficiência. 

“Tive dificuldades em encontrar uma escola que acolhesse meu filho que está dentro do espectro autista. Em muitos espaços as pessoas não sabiam lidar com ele e isso me incomodava bastante pois ficava insegura. Mas, na Luta pela Paz, o Cauã é muito bem tratado por profissionais que realmente estão preparados e treinados”, diz Jucilene Mendes, mãe do aluno Cauã que participa das atividades de reforço escolar, boxe e artes marciais. 

Um dos diferenciais do reforço escolar é que toda sua estrutura e metodologia foram pensadas a partir de uma educação antirracista que busca impactar positivamente pessoas desde a infância, sabendo que essas trocas e aprendizados atravessam as paredes da sala de aula e ocupam outros ambientes da favela e de toda a cidade. 

“Me vejo muito nessas crianças porque eu já fui uma Fernanda de 11 anos que ocupou espaços de reforço e preparatório, e hoje sou uma cientista e professora de Ciências preta e moradora de favela. Os alunos se reconhecem em mim e eu neles. Sei que acabo me tornando uma representatividade acessível e isso é muito importante”, relata Fernanda França, educadora social da Luta pela Paz. 

Seguimos juntos e juntas lutando pelo direito à educação, sempre criando estratégias para a existência de um futuro inclusivo e igualitário. Quer ficar por dentro de todas as ações do pilar de educação? Então fique de olho nas redes sociais da Luta pela Paz.

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