Um dos valores da Luta pela Paz que mais requer cuidados de todos que exercem o trabalho de atendimento às crianças e jovens é a Solidariedade. Estudos, dados e análises, de nada adiantam se não houver sensibilidade e atenção com quem estamos lidando.
No dia 7 de junho aconteceu na Academia na Maré uma formação sobre a RAPS – Rede de Atenção Psicossocial – articulada pela equipe de Suporte Social da LPP para as demais equipes internas que têm contato direto com os atendidos pelos diversos projetos da instituição. A RAPS, que faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS), estrutura a política de saúde mental no Brasil, estabelecendo quais pontos de atenção são necessários cobrir no atendimento de pessoas com problemas mentais, incluindo dependência química. Os CAPS – Centros de Atenção Psicossocial – são pontos focais na busca por acompanhamento e garantias de direito à saúde pública.
Leonardo Almeida, psicólogo integrante do CAPS Carlos Augusto da Silva Magal, em Manguinhos, compartilhou sua experiência com os atendimentos aos grupos focais de crianças e jovens. De acordo com Leonardo, estudos importantes de psicologia atravessam as realidades presentes em territórios vulneráveis com altas taxas de problemas mentais. O debate atravessou desde reflexões sobre falas problemáticas que esse grupo social faz, até situações que precisam de estudo de caso.
Uma pesquisa feita pela ONG Gerando Falcões, em 2021, revelou que 36% dos moradores de favelas do Rio de Janeiro sofrem de ansiedade, número que é quatro vezes superior à taxa brasileira, sendo provavelmente maior no tempo atual. Por esse e outros motivos, é importante que o investimento estrutural e intelectual no debate sobre saúde mental continue acontecendo, papel que a Luta pela Paz assumiu e reafirma com mais uma formação.