Ao longo de 2022 o projeto Comunidade Segura, executado pela Luta pela Paz com apoio da Petrobras, realizou diversas ações para promover discussões sobre saúde mental de crianças e jovens. Porém, as assistentes sociais do projeto identificaram que pais e responsáveis estavam com dificuldade em compreender as necessidades psicológicas e emocionais de seus filhos e, consequentemente, essas relações ficavam cada vez mais complicadas.
Por isso, em novembro, o Comunidade Segura realizou na comunidade de Jardim Centenário, em São Paulo, uma palestra com o tema “saúde mental sem tabus” que teve a participação de 45 pessoas, sendo pais e responsáveis de alunos inscritos nas modalidades esportivas e também no curso de inclusão produtiva. “Notamos que uma das maiores dificuldades nessas relações era a ausência de diálogo. Desta forma, convidamos uma psicóloga para instruir os pais sobre como interagir com os filhos, proporcionando um ambiente familiar seguro e saudável, permitindo que a criança ou adolescente desenvolva conexões emocionais e tenha mais autoconfiança” conta a assistente social do projeto, Josiane Pires.
Durante a palestra, a psicóloga explicou que a ansiedade em crianças interfere nas brincadeiras com colegas, no rendimento escolar e na convivência familiar, transformando-se em medos e preocupações que podem gerar crises de choro, falta de apetite, irritabilidade, entre outros sintomas. Também explicou as causas e sintomas de transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade generalizada e fobia social, para auxiliar os pais na identificação de algum problema. “Um dos tópicos essenciais da palestra foi a importância dos pais conversarem com os filhos sobre sentimentos, para que eles se tornem adultos sem dificuldades de autoconhecimento e com maturidade emocional, já que conversar desde cedo sobre as emoções cria conexão com os sentimentos e aumenta a autoconfiança e a compreensão consigo mesmo e com os outros” declara Josiane.
Registro da palestra sobre saúde mental | Foto: Arquivo Pessoal
“A palestra foi muito importante para mim, pois já fui uma adolescente que precisava de ajuda, mas nenhum adulto soube identificar os sinais. E hoje, com seis filhos, pude aprender um pouco sobre como detectar se algum deles está sofrendo algum tipo de violência ou abuso”, diz a responsável Rosilene Alves.
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Escrito por Julie Oliveira