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O valor de acolher e incluir – conheça Alex Abraão, atleta do judô 

Alex é atleta de Judô do Maré Unida e foi conselheiro jovem em 2023
Foto: Luta pela Paz | Matheus de Araujo

Em territórios de favelas e periferias, ter espaços de desenvolvimento pessoal, educacional e de cidadania é decisivo para vidas tão afetadas pela falta de oportunidades. Quando pensamos em acolhimento às crianças e jovens com deficiência, a questão se torna ainda mais delicada e desafiadora. A história de Alex Abraão, que é autista, evidencia a transformação que um espaço preparado para acolher e incluir pode proporcionar. 

O jovem atleta de 26 anos conheceu a Luta pela Paz aos 10 anos de idade em busca de atividades para além da escola. Entre idas e vindas da instituição, teve que lidar com situações de violência dentro e fora do ambiente escolar, bullying e agressões físicas motivados pelo preconceito. Essas e outras situações de rejeição, fizeram com que sua saúde mental ficasse vulnerável, ligando um alerta para buscar outras formas de se cuidar.

Encorajado a se desenvolver por conta própria, Alex retorna à Luta pela Paz aos 16 anos e conhece o Maré Unida, projeto que acontece na  Academia LPP, na Maré, um espaço acolhedor e inclusivo, muito diferente de outros espaços frequentados por ele.

 “Quando eu tentei entrar em outras academias, eles me julgavam, falavam que eu não poderia entrar [naquele espaço] porque não poderiam me ensinar direito”, menciona Alex, sobre como a maioria dos espaços esportivos não são preparados para receber alunos e alunas com deficiência.

Alex começou a praticar o Jiu-Jitsu e contou com o apoio da turma e de seu professor, Shaolin. “Aqui eu ganhei coisas que em nenhum outro espaço eu tive, como uma festa surpresa, por exemplo. Quando perdi minha primeira luta, todos me apoiaram para eu não desistir e quando ganhei a primeira, todos comemoraram comigo”, conta o hoje atleta de Judô. 

Alex competiu no 1º evento comunitário pós pandemia de Covid-19, em 2022
Foto: Luta pela Paz | Matheus de Araujo

Alex se tornou um símbolo de determinação, aprendendo a identificar o capacitismo que era direcionado a si mesmo e aos seus colegas de turma e provando que poderia alcançar objetivos tão ambiciosos quanto os de qualquer outra pessoa. Essa determinação, contada através dos  poemas que escreve para se expressar e inspirar outras pessoas, o tornou conselheiro jovem da Luta pela Paz, no mandato de 2023.

“Hoje eu sou só um ser humano que incentiva outros seres humanos através da minha poesia. Eu quero fazer com que pessoas que passam pelo que eu passei se tornem fortes. Uma hora podemos machucar mesmo ajudando [sobre o capacitismo]. A minha força tem inspiração e a minha fé tem continuação. Eu sei que eu sou forte o suficiente para seguir minha vida em frente”, conclui.

O projeto Maré Unida é realizado pela Luta pela Paz com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, através da Lei estadual de Incentivo ao Esporte do Governo do Rio de Janeiro, via Secretaria de Esporte e Lazer.

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