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Vivência de defesa pessoal é um dos destaques do III Seminário Mulheres no Esporte

Por Adrielli Sanche

Participantes se reúnem para atividade de autodefesa durante o evento e abordam questões sobre autonomia, empoderamento feminino e bem-estar.

Vivência de defesa pessoal no III Seminário Mulheres no Esporte | Foto: Monara Barreto – Imagens do Povo

O III Seminário Mulheres no Esporte – Mulheres da Luta, realizado no dia 11 de julho, reuniu gestores públicos e de organizações sociais, atletas e especialistas para discutir questões que afetam mulheres e meninas no espaço esportivo. 

Entre as atividades do evento, ocorreram vivências esportivas  como a liderada por Raissa Lima, sensei e educadora esportiva da Luta Pela Paz, e Manuela Feliz, mestra de Taekwondo da Associação de Taekwondo da Grande Vitória, sobre coragem e defesa pessoal.

A atividade teve início com uma troca de experiências pessoais entre as participantes, que relataram insegurança ao transitar pela cidade, desencorajamento para denunciar casos e o sentimento de impotência. Durante a discussão, foram oferecidas dicas para identificar bebidas “batizadas” e orientações sobre precauções que as mulheres devem tomar ao andar nas ruas. As participantes mencionaram a dificuldade e a distração ao ouvir música ou mexer no celular, além dos obstáculos enfrentados ao escolher roupas ou músicas, por serem consideradas “provocativas”, refletindo uma forma de violência e controle sobre seus corpos.

A percepção de fragilidade associada às mulheres as torna mais suscetíveis à violência nas ruas, exigindo cuidados redobrados. Em situações de assédio, o sentimento de revolta e vulnerabilidade é ampliado. A defesa pessoal para mulheres é uma ferramenta não apenas de proteção, mas também de empoderamento feminino e de combate aos estereótipos:

“Aprender técnicas de defesa pessoal pode aumentar a autoconfiança das mulheres e sua sensação de controle sobre sua própria segurança. Isso pode ser especialmente importante em situações onde se sintam vulneráveis. Pode dissuadir potenciais agressores e, em alguns casos, permitir que uma mulher escape de uma situação perigosa com menos danos. Além de capacitar as mulheres com habilidades de defesa pessoal para equilibrar o poder em situações onde há desigualdade de gênero, combatendo estereótipos de vulnerabilidade feminina”, comenta Raissa Lima. 

Manuela Feliz ensinando técnicas de defesa pessoal para as inscritas como a defesa de punho (quando alguém segura no braço) e desvios ao tentarem dar um soco | Foto: Monara Barreto – Imagens do Povo

O III Seminário Mulheres no Esporte reforçou a importância de práticas de autocuidado e compartilhamento de referências entre mulheres, visando o enfrentamento coletivo de situações de risco que permeiam a vida de meninas e mulheres. 

“Eventos como este são oportunidades para promover a autonomia e o empoderamento das mulheres, destacando que o esporte não se trata apenas de desempenho físico, mas também de segurança pessoal e bem-estar. Muitas vezes, as mulheres enfrentam desafios únicos em termos de segurança pessoal, especialmente em ambientes esportivos ou durante viagens. Abordar a defesa pessoal no seminário pode ajudar a atender essas necessidades específicas.”, conclui Raissa Lima. 

A iniciativa é uma ação do projeto Maré Unida, realizado pela Luta pela Paz com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, através da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte do Governo do Rio de Janeiro, via Secretaria de Esporte e Lazer. O seminário contou também com apoio da Secretaria de Mulheres do Estado do Rio de Janeiro, da Casa G20 e da Embaixada Cultural.

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