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#VozLPP Especial – Dona Rita*

Depois de anos priorizando tudo e todos ao seu redor, dona Rosângela redescobre o amor interior.

A segurança alimentar é um dos principais motivos de preocupação de muitos mareenses, inclusive de dona Rita, chamada carinhosamente de Ritinha. Uma mulher de 55 anos, moradora da Nova Holanda, uma das favelas do Complexo da Maré, que atualmente está desempregada. Não ter comida na mesa começou a ser uma realidade não tão distante. Mas foi a Campanha Coragem Solidária 2021 que possibilitou 2 meses de cartão alimentação para ela e sua  família. “Tem alguém me ajudando e eu só tenho gratidão por quem doa.” declara. 

Dona Ritinha conheceu a Luta pela Paz (LPP) através de sua sobrinha que colocou os filhos para fazer atividades. Quando descobriu que a equipe era capacitada para acolher crianças e jovens com deficiência, sentiu alívio por finalmente encontrar algum lugar com atividade para todos os netos, inclusive Claudio, que é deficiente auditivo. Algumas funcionárias falam libras, o que foi uma surpresa para a avó, já que, segundo ela, nenhuma outra organização do território tem esse suporte. “Na Luta pela Paz encontrei pessoas maravilhosas que sou eternamente grata. Sempre quis estar perto de tudo que a LPP faz.”, conta dona Rita.

Outra dificuldade que a pandemia trouxe foi a falta de suporte educacional. Os três netos estavam com muita dificuldade de frequentar as aulas online por conta da internet e falta de aparelhos eletrônicos, e é claro que os mesmos também foram afetados pelo desânimo. Sarah, sua neta, só conseguiu começar a focar nos estudos quando recebeu um celular com chip no Kit Conectividade, disponibilizado pelo Projeto Conectividade, parceria entre a Luta pela Paz e Unicef. 

Bell Hooks disse em seu texto Vivendo de Amor que “Quando nos amamos, sabemos que é preciso ir além da sobrevivência. É preciso criar condições para viver plenamente. E para viver plenamente as mulheres negras não podem mais negar sua necessidade de conhecer o amor”. Mas não é só sobre o amor romântico que Bell está falando. O amor interior deve ser um dos principais focos de uma mulher, pois é a partir dele que começamos a criar estratégias para viver plenamente.

Porém esse não é o caso de todas as mulheres racializadas  faveladas. Grande maioria precisa abrir mão de sua individualidade e acaba priorizando os filhos, a casa, o trabalho, ficando por último na lista. Depois de cuidar de 3 filhos durante anos, largou tudo para cuidar dos netos também, chegando a morar em apenas um cômodo. Hoje, Sarah, Ryan e Cláudio já são jovens e estão encaminhados na vida. 

“Meu sonho é ter minha casa própria. Morar sozinha e cuidar de mim, respeitando meu momento e me colocando em primeiro lugar. Cuidei dos outros a vida toda, e quero poder cuidar de mim para continuar sendo a mulher alegre que sou”, revela Ritinha. 

 O nome dos personagens foram alterados para a segurança da família. 

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