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Sempre podemos buscar ajudar

Morador da Maré, no Rio de Janeiro, Tiago Carlos participa do projeto #CRIAndoRede, no qual aprendeu o que é saúde mental e como esse conhecimento pode fazer a diferença no seu dia a dia e de outras pessoas.

“Lembro de uma infância feliz na Maré, apesar do medo dos conflitos armados. Na época, nos mudamos pois minha mãe estava em busca de trabalho e foi atuando em diversos lugares que ela conseguiu, com muito esforço, construir a nossa casa”, conta Tiago Carlos, hoje com 23 anos, morador do complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro.

Thiago conta que teve seu primeiro contato com a ONG Luta pela Paz em 2017. Logo de início virei aluno, porque as aulas eram incríveis, mas por conta do curso técnico, tive que dar uma pausa nos treinos até descobrir, este ano, o projeto #CRIAndoRede. Realizado pelo UNICEF em parceria técnica com LPP em articulação com Redes da Maré e Observatório das Favelas, o projeto busca mitigar os danos causados pela pandemia do novo coronavírus e fortalecer a rede de proteção de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade da Maré. Em especial, a LPP tem promovido a saúde mental de jovens e adolescentes, tendo outros jovens como mobilizadores, como Tiago.

“Ser jovem mobilizador do projeto me ajudou muito a se interessar pelo tema saúde mental. O que me motiva a participar é poder ajudar a mim mesmo e, assim, saber lidar com os problemas das pessoas próximas a mim.”

Após participar dos encontros online, Tiago ganhou novos conhecimentos e aprendeu que todos temos um grande trabalho a ser feito internamente. “Não precisamos enfrentar tudo isso sozinhos. Nós sempre podemos buscar ajuda”.

Após três meses no projeto, Tiago acredita que esse é só o começo de uma longa jornada e que o #CRIAndoRede deixará um grande legado. “Levarei muitas amizades da quarentena e de um jeito que eu jamais sonharia: online. São pessoas que, querendo ou não, tem algo em comum comigo. Foi gratificante compartilhar cada momento com elas.” Em especial, ele destaca todo o aprendizado e a importância de não ter medo ou vergonha de buscar apoio.

Para o futuro, Tiago não vê a hora da pandemia acabar para poder dar um longo abraço em seus amigos e amigas – alguns deles pela primeira vez! – “E eles sabem bem que eu amo abraços”. Em sua visão, o projeto mudou muito a forma que ele enxergava e vivia a sua vida: “Hoje, pretendo colocar tudo que eu planejei para este ano em prática no ano que vem.” 

E não é apenas sobre o seu futuro que o jovem Tiago pensa ao dizer isso: “Eu sonho em um futuro com mais cultura local para a Maré. Uma Maré sem fronteiras invisíveis, onde todos os moradores e moradoras sintam orgulho desse território. Uma Maré consciente sobre as problemáticas ambientais que existem no espaço periférico. “Como estudante de Biologia, enxergo a grande potência que a Maré vai alcançar, uma vez que a gente cuide dela.”

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