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“Referência na Maré”: GT Raça e Etnia promove a 7ª edição da Feira Sankofa na sede da Luta Pela Paz

O evento contou com exposição produzida em conjunto com os alunos, oficinas de moda e sustentabilidade, roda de capoeira, slam, entre outros.


7ª Edição da Feira Sankofa | Foto: Pedro Siqueira

No último dia 27 de novembro, o salão de boxe da Luta Pela Paz foi palco da sétima edição da Feira Sankofa, um evento anual que tem se consolidado como um espaço de reflexão, aprendizado e valorização da cultura ‘‘afro-indígena’’. a feira ofereceu uma programação repleta de atividades que permitiram aos alunos e à comunidade resgatar saberes ancestrais, refletir sobre o passado e projetar um futuro mais equitativo e sustentável.

Nesse contexto, o tema “Futuro Ancestral” foi pensado para promover uma análise sobre como os povos africanos e indígenas contribuíram para a construção de nossa sociedade, além de destacar a importância de resgatar práticas e saberes ancestrais para os desafios do presente e do futuro. Segundo Diego Marcelino, analista de articulação e integrante do GT Raça e Etnia da Luta Pela Paz, a ideia de realizar a Feira Sankofa surgiu das atividades do grupo em parceria com o Reforço Escolar, em 2017, e desde então o evento foi além de uma simples exposição, se tornando um espaço de novas ideias e transformação.

Para os alunos, as atividades proporcionaram uma oportunidade única de enxergar a ancestralidade como uma fonte rica de sabedoria e inovação. “As oficinas, exposições e debates permitiram aos estudantes se reconhecerem como protagonistas de sua própria história, entendendo como as heranças culturais podem ser ferramentas poderosas para a construção de um futuro mais justo e diversificado”, afirmou Diego.

Reflexões sobre o Meio Ambiente e Justiça Climática

Oficina de moda sustentável e reciclagem | Foto: Pedro Siqueira

Uma das atividades da feira convidou as crianças a refletirem sobre a relação dos povos indígenas com a natureza, tema essencial no contexto da justiça climática. Maria Eduarda, educadora social e também integrante do GT Raça e Etnia da Luta Pela Paz, compartilhou como as atividades com as crianças proporcionaram uma visão profunda e sensível sobre o meio ambiente.

“Elas desenharam como seria o futuro se continuássemos a tratar a natureza de forma desrespeitosa, e como imaginavam a natureza no passado, na época dos nossos primeiros ancestrais. Foi incrível ver como entenderam o conceito de justiça climática, mesmo sem utilizarmos o termo, refletindo sobre o que precisamos fazer agora para evitar um futuro negativo”, disse Maria Eduarda. 

A atividade também possibilitou aos jovens refletirem sobre os impactos do capitalismo industrial e como as relações de troca com o meio ambiente, presentes nas culturas indígenas, podem servir de ferramenta para reverter os danos ambientais atuais e futuros.

Roda de capoeira realizada durante a 7ª Edição da Feira Sankofa | Foto: Pedro Siqueira

Em paralelo a essa perspectiva, além das reflexões sobre o passado e o futuro, a Feira Sankofa também destacou a importância da capoeira, um dos pilares da cultura brasileira, como ferramenta de educação e fortalecimento da identidade racial. Para Diego, o evento tem sido fundamental para integrar a atividade ao currículo escolar e fortalecer o protagonismo juvenil. “A capoeira, com sua riqueza cultural, promove o pertencimento e identidade entre os jovens, ao mesmo tempo que estabelece um diálogo entre a prática corporal e a educação formal”, afirmou.

De olho no futuro…

A 7ª edição da Feira Sankofa marcou um grande passo no fortalecimento deste evento como uma referência dentro da comunidade escolar e do território mareense. De acordo com Diego, os planos para o futuro incluem expandir a participação de escolas e envolver ainda mais os alunos nas atividades, tornando a feira uma tradição consolidada e um espaço cada vez mais significativo de valorização dos povos africanos e indígenas que compõem o que entendemos enquanto cultura brasileira.

Com o sucesso desta edição, a Feira Sankofa continua a ser um importante veículo para promover a conscientização racial, o respeito à ancestralidade e a construção de um futuro mais justo para as próximas gerações. A celebração da história e cultura negra e indígena, combinada com o poder transformador da educação, fortalece a luta por uma sociedade mais equitativa e diversificada. 

7ª Edição da Feira Sankofa | Foto: Pedro Siqueira

A Feira Sankofa é uma ação do projeto Capoeira nas Escolas, realizado pela Luta pela Paz, com o patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, via Secretaria Municipal de Cultura, com patrocínio do Grupo GPS, Oliveira Trust, BTG Pactual e Riogaleão, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

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