Capoeira, identidade e território: crianças visitam o Circuito da Pequena África com o projeto Capoeira nas Escolas
No dia 1º de julho, realizamos mais um circuito com as turmas do projeto Capoeira nas Escolas. Desta vez, as crianças do EDI Cleia Santos de Oliveira, tiveram uma vivência educativa no Circuito da Pequena África, no centro do Rio de Janeiro, um território conhecido por ser referência histórica, cultural e ancestral para o nosso país.
O projeto contribui para o desenvolvimento de crianças e jovens estudantes de escolas públicas da Maré ao promover o resgate de tradições da cultura Afro-Brasileira por meio de aulas práticas e teóricas de Capoeira, passeios culturais e eventos. “O Projeto Capoeira nas Escolas é desenvolvido pela Luta Pela Paz com a intenção de levar não só o esporte da capoeira, mas também toda a sua relação cultural e identitária. A capoeira é um instrumento de construção de valores e de consciência, que a gente trabalha em ciclos nas escolas – com semanas de Capoeira e semanas de Desenvolvimento Pessoal, nas quais trazemos temas sociais e identitários ligados ao contexto da formação da favela.” diz Paulo Victor, um dos educadores sociais do projeto.
Para Paulo, visitar o Circuito da Pequena África com as crianças é uma extensão desse trabalho:
“É uma forma de aproximar o diálogo da cultura afro-brasileira, de enraizar essa identidade desde cedo. Estamos falando de um território construído majoritariamente por pessoas pretas e pardas. Por isso, é essencial que as crianças compreendam o processo de formação do Brasil também a partir das produções vindas da população africana e indígena.”
Já a educadora Luciene Andrade, professora do EDI Cleia Santos de Oliveira, reforça a importância da atividade:
“A mobilização territorial é essencial. Essa parceria com a escola é muito valiosa, porque permite levar a educação para além dos muros, para as ruas, para a vida real, unindo cultura, esporte e formação cidadã.”
Durante a visita, as crianças participaram de atividades lúdicas conduzidas pelos nossos educadores e educadoras, Marco Rabi e Maria Claudia Oliveira (a Monstrinho), que encantaram os pequenos com uma linguagem acessível, ginga e muito conhecimento.
“É um privilégio usar a capoeira como ferramenta educativa e quando temos a possibilidade de levar os alunos e praticantes do esporte para pequena África, é muito potente porque a gente conecta a história, cultura e o movimento de uma forma viva. E o que mais me marca é ver o brilho nos olhos dessas crianças ao perceberem que fazem parte dessa história, perceber o que aconteceu não acabou ali, e eles estão fazendo viver a memória dos nossos ancestrais”, reflete Marco Rabi, um dos educadores da Luta pela Paz.
Capoeira nas Escolas é patrocinado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, via Secretaria Municipal de Cultura, com patrocínio do Grupo GPS, Oliveira Trust, BTG Pactual e Riogaleão, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.