Visita ao espaço verde, conhecido também como Mata do Pinheiro, incentiva diálogos e aproxima moradores de áreas de lazer na Maré
Conhecer a história e o território de onde viemos desempenha um papel crucial na formação da nossa identidade e autoconhecimento. Afinal, compreender o passado e entender o espaço em que vivemos nos permite reconhecer nossas raízes culturais e saber como esses fatores moldam nossa visão de mundo. Essa consciência enriquece nossa identidade e fortalece nosso senso de pertencimento, nos ajudando a navegar com mais clareza em nossas experiências pessoais e coletivas.
Foi pensando nisso que o eixo Educação e Empregabilidade da Luta Pela Paz realizou, nos dias 5 e 6 de agosto, uma aula de campo para um grupo de alunos e seus responsáveis no Parque Ecológico da Maré, conhecido popularmente como Mata do Pinheiro.
Durante a visita, os participantes participaram de diversas atividades pedagógicas que destacaram a importância da educação ambiental e promoveram um sentimento de pertencimento entre os moradores da Maré. A iniciativa visou quebrar as barreiras invisíveis que existem entre os diferentes territórios da Maré e fomentar um debate sobre uma educação ambiental crítica.
Segundo Marcos Melo, Coordenador de Educação e Empregabilidade da LPP, a atividade teve como objetivo aumentar a conscientização sobre a relevância ambiental do Parque Ecológico da Maré, especialmente dado o contexto das favelas que enfrentam desafios significativos relacionados ao meio ambiente.
“O debate sobre questões ambientais é urgente na Maré. Nesse contexto, a escolha do parque foi estratégica para trazer à tona a importância da preservação ambiental e como ela impacta diretamente a vida dos moradores”, disse Marcos.
Além disso, o parque, situado na Vila do Pinheiro, em uma área que pode parecer distante para algumas famílias da Nova Holanda, foi escolhido para ajudar a quebrar barreiras invisíveis, criadas pelo poder paralelo, e promover um maior envolvimento da comunidade com os recursos naturais disponíveis no território.
Educação não se faz sozinho. Foi por isso que a atividade contou com a colaboração de diversas entidades e pessoas importantes para a realização do evento. A administração do parque, a horta comunitária, os Espaços de Desenvolvimento Infantil da Prefeitura do Rio e a ecóloga e ativista climática Brenda Pacifico foram parceiros fundamentais. Brenda, inclusive, que também é moradora da Maré, desempenhou um papel crucial na abordagem educacional do evento,
e destacou a importância de reconhecer e valorizar os espaços verdes dentro das favelas e periferias, comparando-o a outros espaços de lazer conhecidos fora da favela, como a Quinta da Boa Vista.
“Favela também é meio ambiente. É importante que os moradores vejam o parque como um espaço deles, um lugar que faz parte da identidade e da cultura da Maré”, afirmou Brenda.
Após a conversa, os participantes desfrutaram de um piquenique e as crianças tiveram a oportunidade de explorar e brincar no parque. A programação também incluiu uma visita à horta comunitária reativada, um projeto da Secretaria do Meio Ambiente que visa promover a educação ambiental e a prática de cultivo sustentável.
Muito mais do que um simples passeio
A iniciativa também ajudou a reforçar a importância do Parque Ecológico da Maré como um recurso vital para a comunidade, tanto do ponto de vista ambiental quanto cultural. O evento serviu para relembrar a história do parque e sua relevância para a identidade local, reforçando a necessidade de uma maior integração entre os moradores e o espaço verde.
O Parque Ecológico da Maré, ou Mata do Pinheiro,é um símbolo importante para a comunidade, refletindo a conexão profunda entre o meio ambiente e a identidade cultural dos moradores.
A iniciativa é uma realização do projeto Maré Unida, realizado pela Luta pela Paz com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, através da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte do Governo do Rio de Janeiro, via Secretaria de Esporte e Lazer.